segunda-feira, 24 de agosto de 2009

JornalistasXJornalistas_20


Definindo as regras

O importante é estabelecer regras claras, de preferência por escrito, para conhecimento geral, principalmente por parte dos jornalistas iniciantes ou de recém-contratados. Um dos poucos instrumentos existentes na imprensa é o Novo Manual da Redação, da Folha de S. Paulo, que estabelece normas em relação a convites e presentes. No verbete "jabaculê" (também conhecido como "jabá") - jargão usado para designar presente dado a jornalista -, define: "A decisão de aceitar cabe a cada jornalista. A Folha recomenda recusar, exceto quando desprovido de valor material ou quando for de utilidade para o trabalho jornalístico." O verbete ética complementa: "O jornalista deve recusar toda vantagem pessoal que possa comprometer seu desempenho profissional".

O assunto é completado no verbete convite: "Qualquer convite que um jornalista receba como profissional da Folha deve ser comunicado a seu superior imediato antes de aceito. O jornal não se compromete a publicar reportagem sobre o assunto do convite apenas porque o aceitou. Devem ser previamente submetidos à Direção de Redação convites para viagens, colaboração com outros meios de comunicação, participação em conferências, palestras, seminários, cursos, bolsas de estudo, estágios ou encontros com autoridades públicas."

A Direção de Redação define "se a presença do jornalista deve se dar como representante do jornal ou em caráter particular". Há, porém, a possibilidade de também considerá-la "incompatível com sua atividade no jornal". O manual diz ainda que jornalistas da Folha podem viajar a convite de instituições, governos ou personalidades. "Se a viagem resultar em texto publicado, o jornal informa com clareza que o jornalista teve suas despesas pagas pelo patrocinador."

Como, em muitos casos, a presença de um jornalista pode alterar a rotina de funcionamento de um determinado serviço ou evento, o manual sugere: "Ao testar os serviços de um restaurante, por exemplo, é conveniente que o repórter permaneça no anonimato e pague a conta. De outro modo, sua avaliação poderia ficar comprometida por um atendimento especial ao qual seu leitor não teria acesso."

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