segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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Denúncia sem base

Carlos Brickman conta o caso de um cliente procurado por um repórter de TV com denúncia de um consumidor sobre produto fornecido fora das especificações. "O repórter estava bravo e eu o chamei para conversar. Tentei explicar a ele que antes de fazer a denúncia seria necessário apurar melhor a informação. Ainda bravo, ele disse que não ia fazer isso, que a gente estava mentindo e ele ia denunciar assim mesmo. Não tive dúvida: liguei para a direção da emissora e sugeri que o produto fosse enviado para um órgão independente, como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, o IPT, e fossem feitos todos os testes necessários. A direção de jornalismo da emissora concordou e os resultados comprovaram que não havia problema com o produto. Se o repórter já sai com a matéria pronta da TV, para que fazer as entrevistas? O pior não é quando o repórter vai fazer matéria sem ter informação sobre o assunto, mas quando chega sem informação e com ares de dono da verdade."

Em relação ao escândalo dos precatórios, por exemplo, Brickman, que foi assessor em campanhas eleitorais de Paulo Maluf, um dos denunciados, diz que o assunto foi tratado de maneira superficial pela imprensa. "Os repórteres falavam de deságio como se fosse uma coisa absurda. Mas é dessa forma que eles são negociados. Em conseqüência, até grandes bancos, que sempre negociaram esse tipo de papel, hoje não investem mais nenhum tostão nisso. O precatório está morto. É um investimento de altíssimo risco."

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