segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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A manipulação do jornalista

Além da postura ética, o importante, para o assessor, é ter credibilidade nas redações e não ser maçante. Beth Garcia, hoje trabalhando em assessoria, lembra que quando fazia a seção Registro, do Jornal do Brasil, sempre fugia quando determinado assessor aparecia na redação: "A sorte é que minha mesa ficava perto do banheiro e eu fugia para lá quando o via". Às vezes, jornalistas ligam para ela em busca de informação, mesmo quando o assunto não tem nada a ver com seus clientes.

Recentemente um repórter ligou para a casa dela à uma hora da manhã, em busca do telefone do consulado da França, do seu assessor de imprensa ou da casa do cônsul. Ela se levantou, achou o número de um dos telefones solicitados, passou ao jornalista e voltou a dormir.

O cliente deve ter consciência de que o jornalista espera da assessoria uma relação clara e honesta, possibilitando a construção de um canal de comunicação de mútua confiança, diz Bia Bansen. "E para que isso aconteça é preciso que o cliente tenha consciência dessa necessidade. As grandes empresas têm essa disposição. As pequenas ainda continuam achando que o assessor tem o poder de manipular notícias e jornalistas e de colocá-los nas capas dos veículos mais importantes na hora que quiserem", acrescenta a assessora.

O manual da Fenaj faz outro alerta: "O relacionamento com os veículos de comunicação não admite a postura unilateral de chamá-los quando conveniente e não atendê-los quando estes procurarem. Isso acaba dando ao jornalista a inevitável impressão de estar sendo usado. A colaboração mútua é imprescindível para a durabilidade do relacionamento."

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