segunda-feira, 28 de setembro de 2009

É Notícia_Diploma

Nova audiência pelo diploma
Encontro será nesta quinta-feira no Senado


Ocorre nesta quinta-feira, 1º, às 10h, no Senado, a Audiência Pública da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para discussão da Proposta de Emenda à Constituição 386/09. A PEC, que propõe a restituição da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão deve ser votada até o final deste ano. É o que preveem o autor da proposta, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), e o relator da PEC 33/2009, senador Inácio Arruda (PCdoB – CE).

Após as discussões, Arruda pretende pedir a urgência pela votação do projeto, com a expectativa de que a proposta seja votada até o mês de novembro pelo Senado. “Temos viajado por todo o Brasil, em reuniões com sindicatos, para divulgar o projeto”, afirmou o deputado Paulo Pimenta, que também é jornalista.

Fonte: Sinte coletiva.net

domingo, 27 de setembro de 2009

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Entenda quais são e para que servem os impostos

Alíquota
Percentual que é aplicado sobre a base de cálculo para se calcular o imposto a pagar pelos contribuintes. Leia também base de cálculo.

Arrecadação tributária
É o dinheiro que União, Estados e Municípios coletam dos contribuintes para os cofres públicos.

Base de cálculo
Valor sobre o qual se aplica uma alíquota para se apurar o imposto a pagar.

Bem público
São as propriedades móveis e imóveis que integram o patrimônio público pertencentes à União, aos estados ou aos municípios, como escolas, bibliotecas, hospitais públicos, pontes, rios, praças, ruas, móveis das repartições públicas e das escolas, veículos oficiais e outros.

Benefícios fiscais
São formas de reduzir e até zerar o tributo a ser pago pelo contribuinte. Há diversos tipos: isenção, redução da base de cálculo, diferimento, imunidade e incentivos.

Carga tributária
É a relação entre o total de tributos arrecadados no país (impostos, taxas e contribuições) e o PIB (Produto Interno Bruto). No Brasil, ela pode superar 30% do PIB.

Cide
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. É cobrada pela União sobre a importação e a comercialização de gasolina, diesel, querosene, óleos combustíveis, gás liquefeito de petróleo (GLP) e álcool etílico combustível. Foi criada em 2001.

Cofins
Sigla de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. É cobrada pela União sobre o faturamento das empresas e se destina ao financiamento da Seguridade Social (saúde, previdência e assistência social).

Contrabando
Significa importar ou exportar mercadorias cuja importação ou exportação seja proibida pela legislação. Exemplo: drogas.

Contribuição social
A arrecadação destina-se exclusivamente ao financiamento da Seguridade Social (saúde, previdência e assistência social). Existem várias subespécies: COFINS, CPMF, CSLL,

PIS/PASEP e outras.
Contribuinte
É a pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento do tributo. Pode ser: a) contribuinte de fato: é aquele que sofre efetivamente o ônus do tributo, ou seja o consumidor final; b) contribuinte de direito: é aquele que tendo cobrado o imposto do consumidor final ao embuti-lo no preço da mercadoria ou serviço, tem a obrigação de repassá-lo a União, Estados e municípios.

CPMF
Sigla para Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. É uma contribuição social, arrecadada pela União, criada inicialmente com a finalidade exclusiva de financiar os serviços públicos de saúde. Sua maior fonte de arrecadação são as movimentações em contas correntes bancárias. Foi extinta em 2007.

CSLL
Sigla para Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. É uma contribuição social, arrecadada pela União e cobrada sobre a mesma base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas.

Cupom fiscal
É um documento emitido por equipamento autorizado pelo Fisco (Emissor de Cupom Fiscal - ECF) que comprova a venda de mercadorias a varejo e a prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal de passageiros.

Descaminho
Significa importar ou exportar mercadorias, cuja importação ou exportação seja permitida pela legislação, todavia sem que se faça o pagamento dos tributos devidos. Exemplos: cigarros, componentes de informática.

Despesa pública
São os pagamentos efetuados pela administração pública, relativos aos serviços prestados e obras realizadas, em benefício da sociedade. Sua realização depende de prévia autorização no
orçamento público.

Diferença de alíquota
É a diferença em valores absolutos entre alíquota que incide sobre as mercadorias sujeitas à ICMS nas operações internas e interestaduais. Exemplo: cerâmica - vendas para dentro do Estado - alíquota 18%, vendas para fora do Estado - alíquota 12%. Diferença de alíquota = 6%.

Diferimento
O regulamento do ICMS poderá dispor que o lançamento do imposto incidente sobre a saída de determinada mercadoria ou serviço seja diferido (adiado) para uma das etapas posteriores de sua comercialização como forma de facilitar o controle pela administração tributária.

Elisão fiscal
Consiste em evitar a obrigação tributária ou reduzir o montante do tributo, sem que tal fato implique em infringir a legislação tributária.

Fisco
Termo utilizado para designar as organizações encarregadas da administração tributária.
Fontes de receita
São as fontes de ingresso de dinheiro aos cofres públicos (tributos empréstimos, financiamentos, emissão de moeda, venda de patrimônio e outros).

Fundef
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério. É um fundo constituído com parte da arrecadação de impostos, os quais devem ser aplicados com exclusividade no ensino fundamental. Sua existência é obrigatória em todos os Estados e municípios, sendo fiscalizado por um conselho de acompanhamento e controle social.

Imposto direto
É aquele em que o pagamento é feito diretamente pelo contribuinte de fato; isto é, quem faz o pagamento é a mesma pessoa que suporta o seu ônus.Exemplos: IR, IPTU, IPVA e ITR.

Imposto indireto
É aquele em que o valor do tributo está incluso no preço da mercadoria ou serviço adquirido pelo consumidor final, sendo o comerciante, industrial ou prestador de serviço meros repassadores destes valores aos cofres públicos. Exemplos: ISS, ICMS e COFINS.

Impostos estaduais
Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou Direito (ITCMD).

Impostos federais
Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros (II), Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados (IE), Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) e Imposto
Territorial Rural (ITR).

Impostos municipais
ISS (Imposto sobre Serviços), IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis)

Improbidade administrativa
É a conduta desvirtuada da administração pública, praticada por um dos agentes, em qualquer nível de governo ou hierarquia.

Imune
Relativo à imunidade tributária; é a dispensa do pagamento do tributo, previsto na Constituição Federal

Imunidade tributária
É a retirada de um fato da área de incidência do tributo; deve sempre estar prevista na Constituição.

Incentivos fiscais
São formas legais de redução ou supressão do tributo a pagar, visando beneficiar determinados setores produtivos como objetivo de gerar empregos, ampliar a produção, o comércio internacional e a prestação de serviços. Também são instituidos com o objetivo de incentivar atividades sociais ou culturais.

INSS
Sigla para Instituto Nacional do Seguro Social. Autarquia Federal, vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social, como as atribuições de promover a arrecadação, fiscalização e a cobrança das contribuições sociais devidas por trabalhadores e empresários sobre a folha de pagamento, gerenciar os recursos do Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS), e conceder os benefícios previdenciários.

IOF
Imposto sobre Operações Financeiras. O tributo recai sobre operações de crédito, câmbio e seguro, além de operações relativas a títulos de valores mobiliários, como ações.

IPTU
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana. O imposto incide sobre a propriedade de imóveis na zona urbana.

IPVA
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. O tributo é cobrado anualmente dos proprietários de automóveis de passeio ou utilitários, caminhonetes de carga, motocicletas, ônibus, caminhões, aeronaves e embarcações. Há situações de isenção ou imunidade, como táxi, veículos de entidades filantrópicas, de consulados e de deficientes físicos.

IR
Imposto de Renda: Pessoa Física (IRPF) e Pessoa Jurídica (IRPJ). Todo ano o contribuinte elabora uma declaração e envia para a Receita Federal. O documento estabelece se o contribuinte deve imposto ou receberá uma restituição.

Isenção tributária
É a dispensa legal do pagamento do tributo devido.

ISS
Imposto sobre Serviços. É cobrado sobre a prestação de serviços como médicos, hospitais, alfaiates, barbeiros, cabeleireiros,contadores,advogados, estabelecimentos de ensino, lavanderia, transporte intramunicipal, hotéis e outros serviços em que não há cobrança de ICMS.

ITBI
Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos. A incidência mais comum deste imposto recai sobre a compra e venda de imóveis.

LRF
LRF é a sigla para Lei de Responsabilidade Fiscal. É a norma legal que fixa os princípios que devem nortear as finanças públicas, visando eliminar o déficit público (despesa maior que a receita) nos três níveis de governo (União, Estados, Municípios), por meio de uma gestão fiscal responsável, com ênfase no controle do gasto e do endividamento público.

Mínimo existencial
Parcela da renda que as pessoas devem destinar às suas necessidades vitais para a manutenção de uma existência digna. A proibição de se tributar esta parcela de renda é o que se conhece como isenção ou imunidade do mínimo existencial ou mínimo vital.

Nota fiscal
É um documento autorizado e controlado pelo Estado ou pelo Município de emissão obrigatória quando das vendas de mercadoria ou da prestação de serviços, devendo ser preenchidos pelos comerciantes, industriais ou prestadores de serviços pelo valor correto da operação.

PASEP
Contribuição compulsória exigida dos órgãos públicos (calculada sobre as receitas correntes),para a formação do patrimônio do servidor. Corresponde, no setor público, às contribuições que o setor privado faz para o PIS.

Penalidade fiscal
É a punição por violar a legislação tributária. Exemplo: multa por deixar de emitir documento fiscal, multa por falta de pagamento de tributo.

PIS
Sigla para Programa de Integração Social. É uma contribuição obrigatória exigida das empresas para a formação do patrimônio do trabalhador.

PIS/PASEP
A partir da Constituição Federal de 1988 as contribuições para o PIS/PASEP passaram a financiar o programa seguro-desemprego e o abono anual de um salário mínimo pago aos trabalhadores que recebem menos de dois salários mínimos de remuneração.

Responsabilidade fiscal
Refere-se à conduta do administrador público; terá que obedecer às normas e limites para administrar as finanças, prestando contas sobre quanto e como gastam os recursos da sociedade.
RPA
Recibo Profissional Autônomo. Tem que necessariamente conter o nome do profissional seu registro no órgão competente e o CPF.

Seguro-Desemprego
É um benefício temporário de assistência social financiado por contribuições sociais (PIS/PASEP) e prestado ao trabalhador que tiver sido demitido sem justa causa e estiver desempregado, desde que preenchidas determinadas condições.

Seletividade
Princípio que orienta a variação das alíquotas considerando a essencialidade do produto, isto é, se o produto é supérfluo, sua alíquota será maior e, se o produto for essencial, sua alíquota será menor.

SIMPLES
É o Sistema Integrado de Imposto e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte. Dá tratamento diferenciado e favorecido relativamente a tributos e contribuições federais. Foi criado pela lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996.

Sonegação
É quando o contribuinte omite ou não registra informações à administração tributária, com o objetivo de reduzir ou deixar de pagar tributos. Sonegação é crime previsto em lei.

SRF
Secretaria da Receita Federal. Órgão do Ministério da Fazenda encarregado de arrecadar receitas federais, exceto as contribuições sociais de empregadores, empregados e trabalhadores autônomos.

STN
Secretaria do Tesouro Nacional. Órgão do Ministério da Fazenda encarregado de administrar a utilização dos recursos arrecadados pelo Governo Federal, cuja maior parte é oriunda de tributos. O Tesouro só pode liberar recursos dentro das condições definidas no Orçamento Geral da União, o qual sempre é aprovado pelo Congresso Nacional no ano imediantamente anterior.

Substituição tributária
É o pagamento do ICMS antecipado, das etapas de comercialização sendo recolhido geralmente na etapa inicial pela indústria ou por distribuidores. Esse instrumento é utilizado pelo Estado quando há um número menor de indústrias ou de distribuidores atacadistas,pois facilita a fiscalização e o recolhimento do imposto.

Tributos
É a parcela que a sociedade entrega ao Estado , em dinheiro, de forma obrigatória, para financiamento dos gastos públicos. Tributo é gênero, da qual são espécies: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.

Fonte: Site R7

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Prepare-se para a saga dos impostos
Cada setor da economia tem uma carga tributária específica

Do R7Texto: Uma saída para não se perder em meio aos tributos federais, estaduais e municipais que são cobrados de quem abre um novo negócio é procurar a ajuda de um contador, que é o profissional que pode organizar uma agenda de pagamentos e orientar sobre documentações e prazos de cadastramento na Receita Federal e nas secretarias de fazenda estadual e municipal.

A ajuda profissional é importante porque os impostos cobrados de quem abre um negócio próprio variam de acordo com o tipo e atividade que se pretende exercer. Há taxas e contribuições diferentes para quem atua na indústria ou no comércio, por exemplo.

Veja que impostos são cobrados para cada tipo de empresa:

Comércio

Federais, recolhidos diretamente pela Receita Federal: IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), PIS/PASEP, Cofins, CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), Simples.

Tributos estaduais e municipais: ICMS, IPVA, IPTU, demais taxas municipais.

Indústria

Federais: IPI, IRPJ, PIS/PASEP, cofins, CSLL, Simples

Municipais e estaduais: ICMS, IPVA, IPTU e demais taxas

Serviços

Como as prestadoras de serviço, na prática, pagam mais imposto:

Um deles exclusivo do setor, o ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza). Como é municipal, a alíquota é bastante variável. Em São Paulo, ela é de 5%, o que elevaria os impostos para 16,33%. O valor total é mais do que o dobro de uma empresa de comércio, por exemplo.

Os impostos federais são IRPJ, PIS/Pasep, Cofins, CSLL e Simples.

Fonte: Site R7

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Como financiar o primeiro negócio próprio
Veja quais são as opções de crédito para o microempreendedor

Do R7Texto: As micro e pequenas empresas representam hoje 99% dos negócios do país, segundo o Sebrae. São ao todo 14,8 milhões de pequenos negócios (4,5 milhões formais e 10,3 milhões informais), que geram 28,7 milhões de empregos.

CEF (Caixa Econômica Federal), Banco do Brasil e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que emprestam por meio de uma rede de bancos credenciados (a lista pode ser acessada no BNDES), são hoje as principais fontes de crédito para as micro e pequenas empresas.

Só o BB, que elevou em R$ 36,7 bilhões a oferta de crédito em setembro, tem cerca de dois milhões de micro e pequenas empresas correntistas. A CEF, que conta com cerca de 701 mil micro e pequenas na lista de correntistas, por sua vez, reduziu as taxas de juros de dez linhas de crédito para empresas recentemente.

Bancos privados, como Sandanter e Bradesco também oferecem linhas de crédito para empresas de pequeno porte. As condições dos empréstimos e os juros, entretanto, podem variar dependendo do perfil de cada cliente.

Conheça alguns tipos de linhas de financiamento disponíveis no mercado pelo BB, CEF, Bradesco e Santander:

Banco do Brasil

Linha: BB Giro Automático
Valor: de R$ 500 a R$ 5 mil
Para quem: Micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 500 mil e com no mínimo um ano de atividade
Prazos: 12 parcelas mensais e sucessivas
Juro: 2,49% ao mês

Linha: BB Giro Rápido
Valor: de R$ 2 mil a R$ 120 mil
Para quem: Micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 5 milhões
Prazos: 18 parcelas com renovação automática e carência de 59 dias
Juro: de 2,24% a 2,50% ao mês

Linha: BB Capital de Giro - Progeren
Valor: de R$ 5 mil a R$ 4 milhões
Para quem: Micro, pequenas e médias empresas com faturamento anual de até R$ 4 milhões e cadastradas nos setores que recebem apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
Prazos: até 24 meses, incluídos 12 de carência
Juro: TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) + 7% ao ano

Linha: BB Giro APL
Valor: a partir de R$ 1 mil
Para quem: Micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 2,4 milhões
Prazos: até 24 meses, incluídos 3 meses de carência
Juro: TR (Taxa Referencial) + 1,75% ao mês

Caixa Econômica Federal

Linha: Investgiro Proger Investimento
Valor: R$ 400 mil no máximo
Para quem: empresas com faturamento anual de até R$ 5 milhões
Prazos: 48 meses, com 6 meses de carência
Taxa de juro: TJLP + 5% ao ano

Bradesco

Linha: Capital de Giro
Valor: não tem valor máximo
Para quem: pequenas empresas (banco não informou o mínimo e máximo de faturamento)
Prazos: 24 meses
Taxa de juros: 1,82% a 5,03% ao mês

Santander

Linha: Super Giro Premium e Giro Premium Plus
Valor: a partir de R$ 10 mil
Para quem: pequenas e médias empresas (banco não informou o mínimo e máximo de faturamento)
Prazos: 18 meses
Taxa de juros: definidas de acordo com perfil e tamanhã da empresa

Linha: Super Giro Premium e Giro Premium Plus
Valor: a partir de R$ 10 mil
Para quem: pequenas e médias empresas (banco não informou o mínimo e máximo de faturamento)
Prazos: 18 meses
Taxa de juros: definidas de acordo com perfil e tamanhã da empresa

Linha: SuperGiro.Net
Valor: de R$ 500 a R$ 50 mil
Para quem: pequenas e médias empresas (banco não informou qual o mínimo e máximo de faturamento)
Prazos: 12 meses
Taxa de juros: 5% ao ano
*O dinheiro é liberado diretamente pelo Internet Banking Empresarial, desde que o contrato tenha sido formalizado uma única vez na agência

Fonte
: Site R7

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Fique atento na hora de abrir uma empresa
As leis de zoneamento e os cadastros para a cobrança de tributos federais, estaduais e municipais precisam de atenção

Do R7Texto: Ao se inscrever no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) é preciso ter atenção na hora de escolher a atividade que a empresa irá exercer, pois essa classificação será utilizada não apenas para a cobrança de impostos, mas também na fiscalização das atividades da companhia.

Após o cadastro do CNPJ, é a vez de ir à prefeitura fazer o cadastro e receber o alvará de funcionamento. O alvará é uma licença que autoriza a empresa a começar a operar.

Para obtê-lo, o empresário deve se dirigir à secretaria de finanças do município. Em algumas cidades, como São Paulo, o serviço pode ser feito diretamente pela internet, de graça.

Não esqueça também de analisar as regras da cidade onde sua empresa será instalada. Veja se ela se enquadra na lei de zoneamento e se cumpre todas as exigências ambientais.

É fundamental também se cadastrar na Previdência Social. Isso agiliza a contratação de funcionários e é obrigatório, mesmo que a empresa tenha apenas um funcionário ou somente os sócios. O cadastramento deve ser feito até 30 dias depois do início do funcionamento.

Fonte: Site R7

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Abrir uma empresa no Brasil pode levar até 152 dias
Em São Paulo o registro de um novo negócio pode custar até R$ 380

Do R7Texto: Iniciar um novo negócio no Brasil exige tempo e muita paciência com a burocracia. Além da extensa lista de documentos, informações sobre impostos, o tempo médio para a abertura de uma empresa chega a 152 dias, segundo o Conselho Regional de Contabilidade - São Paulo (CRC-SP).

Além de demorar, o processo exige cuidados, pois qualquer erro pode atrasar ainda mais o sonho de ter o próprio negócio, ou até causar complicações que impedirão o bom funcionamento da empresa no futuro.

Para que o negócio comece a funcionar é preciso em primeiro lugar ter um Registro de Funcionamento, que pode ser obtido na Junta Comercial de seu Estado.

Se a empresa for de um único dono, o registro deve ser feito diretamente no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Os preços variam de estado para Estado. Em São Paulo, por exemplo, pode chegar a R$ 380, sem incluir gastos com contador e fotocópias de documentos.

Os documentos necessários:1) Fotocópia autenticada do seu RG e dos sócios, se tiver; 2) Fotocópia autenticada do CPF ou da carteira de habilitação (CNH); 3) Fotocópia autenticada do comprovante de endereço; 4) Comprovante de entrega das últimas cinco declarações do Imposto de Renda; 5) Fotocópia do IPTU do imóvel onde vai funcionar a empresa e 6) Contrato de locação do Registro de Títulos e Documentos (se o imóvel for alugado).

Além desses documentos, é preciso ainda providenciar um Contrato Social. Nele deve estar especificado quem são os sócios da empresa, a área de atuação e qual será a participação e o rendimento de cada sócio no lucro ou faturamento.
Se tiver sócios, na hora de registrar a empresa é necessário levar uma declaração escrita pelo sócio dizendo que você tem autorização para assinar documentos e gerir a empresa.

O Contrato Social também precisa ser registrado no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e na Declaração Cadastral (Deca).

Na prática, esses dois registros servem para dizer ao governo que sua empresa já está apta a pagar impostos – eles funcionam mais ou menos com o CPF para pessoas físicas. O CNPJ é usado para a cobrança de tributos federais e a DECA, para os estaduais.

Fonte: Site R7

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O que é e como montar um plano de negócios
Prioridade é conhecer o ramo no qual se pretende atuar e qual consumidor se quer atingir

Do R7Texto: Conhecer o ramo de atividade, definir produtos e analisar o local onde vai funcionar o negócio desejado são passos fundamentais na hora de abrir uma empresa.

E todos fazem parte do que se chama Plano de Negócios, um item fundamental para que você não cometa erros básicos e garanta o futuro do seu novo empreendimento.

Para ajudar na elaboração desse plano, o Sebrae montou uma lista com tudo o que é preciso. Veja o passo a passo:

1º Passo
Conhecer o ramo de atividade – É preciso obter dados sobre o ramo em que se pretende atuar e as possibilidades de negócios nesse segmento. Por exemplo: confecção é um ramo e nele pode-se atuar com jeans, malha, linho, público infantil, adulto, feminino etc.

2º Passo
Conhecer o mercado consumidor – Estudar para quem se pretende vender é um dos passos mais importantes na hora de montar um negócio. Pesquise e informe-se sobre quem será o seu cliente para que você não corra o risco de produzir algo que ficará encalhado na prateleira.

3º Passo
Conhecer o mercado fornecedor – Para iniciar e manter qualquer negócio é importante saber quem vai oferecer a matéria-prima que você precisa para fabricar o seu produto. Sem pesquisar quem serão os fornecedores, corre-se o risco de pagar mais caro ou até comprar algo que vai comprometer a qualidade do serviço que se pretende oferecer.

4º Passo
Conhecer o mercado concorrente – Concorrência são as pessoas ou empresas que vendem mercadorias ou serviços iguais aos que você pretende oferecer. Por isso, eles devem ser analisados com cuidado. Em primeiro lugar, deve-se analisar pontos fracos e fortes e tentar fazer melhor. Depois, pesquisar quem são os clientes e do que eles mais gostam. Conhecer bem os concorrentes é uma vantagem.

5º Passo
Definir que produto será vendido ou qual serviço será prestado – É preciso conhecer profundamente qual produto/serviço você vai oferecer, além de definir qual embalagem será usada, tamanhos, cores, sabores etc.

6º Passo
Analisar a localização da empresa – Onde montar o negócio? Essa escolha pode significar a diferença entre o sucesso ou o fracasso de um empreendimento. Por isso, é preciso analisar com cuidado todas as possibilidades.

7º Passo
Conhecer marketing – Marketing é um conjunto de atividades desenvolvidas pela empresa para que ela possa divulgar seus produtos ou serviços e conquistar seus clientes. Ter um bom marketing pode ajudar a ganhar mercado e superar ou se equiparar com a concorrência.

8º Passo
Processo operacional – Trata-se do como fazer. Pergunte-se: que trabalho será feito e quais as fases de fabricação/venda/prestação de serviços? Quem fará? Com que material ou equipamento? Quando fará? É preciso verificar quem possui conhecimento e experiência no ramo. Pode ser você mesmo, um futuro sócio ou um profissional contratado para isso.

9º Passo
Projeção do volume de produção, de vendas ou de serviços - É prudente levar em consideração quais são as necessidades do consumidor para saber quanto precisa ser fabricado. Isso evitará que você fique com produtos encalhados nas prateleiras. Planejar a compra de matéria-prima e embalagens também é fundamental.

10º Passo
Projeção da necessidade de pessoal – Identifique o número de funcionários necessários para trabalhar no seu negócio e quais qualificações eles deverão ter.

11º Passo
Análise financeira – É importante fazer uma estimativa de quanto dinheiro você vai precisar para abrir o negócio. Essa projeção precisa conter a previsão de gastos com aluguel ou compra do local onde a empresa irá se instalar, compra de materiais, contratação de funcionários, pagamento

Fonte: Site R7

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Setor de serviços é um dos mais promissores
Ramo de transportes deve crescer 12% em 2010


Do R7Texto: Quais são as áreas mais promissoras para iniciar um negócio? Estudo realizado pelo Sebrae identificou que o setor de serviços é o que mais vai crescer nos próximos anos. E dele fazem parte vários ramos, desde restaurantes e salões de beleza até transportes de passageiros e serviços de tecnologia.

Entre as áreas mais promissoras apontadas pelo levantamento, estão informática e transporte, que devem crescer 12% em 2010. José Dornelas, consultor na área de empreendedorismo com doutorado no Centro de Empreendedorismo do Babson College, nos Estados Unidos, diz que a estabilidade da economia, a melhora da renda e a entrada das classes C e D no mercado consumidor explicam o resultado do estudo.

Pesquisa da FGV (Fundação Getulio Vargas), baseada em dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), confirma a análise. Só em 2008, a classe C ganhou mais 5,2 milhões de pessoas. Entre 2003 e 2008, 32 milhões de brasileiros ascenderam de classe social e outros 20,9 milhões de pessoas saíram da pobreza.

Para atender a demanda, diz Renato Fonseca, consultor do Sebrae, vale apostar em negócios voltados para pessoas que moram sozinhas, como lojas e sistemas de segurança, serviços leva e traz, entrega em domicílios, serviços para idosos e artigos que ofereçam mais comodidade para quem fica bastante tempo em casa.

- Serviços que oferecem soluções saudáveis, como alimentos orgânicos e massagens terapêuticas também têm se mostrado uma boa aposta para quem quer começar um negócio.

Mas antes de escolher em qual setor de serviços apostar, é preciso fazer uma pesquisa ampla e tomar alguns cuidados, lembra Fonseca.

- É importante checar se a área na qual se pretende atuar ainda tem espaço para mais um concorrente, quem é o seu consumidor e escolher muito bem o ponto onde será instalado o negócio.

O primeiro passo, diz, é pesquisar se outras pessoas já oferecem o mesmo tipo de serviço na área onde você quer atuar e se há espaço para você também. Segmentos como o de pet shops e as LAN houses, por exemplo, estão saturados.

Há quem ajude nessa tarefa. O Sebrae e o SESI oferecem consultoria e treinamento para quem quer abrir o primeiro negócio. Basta entrar nos sites Sebrae ou do Sesi. O Instituto Empreender Endeavor também oferece ajuda a quem quer tirar do papel idéias inovadoras de novos negócios. Informações na Endeavor.


Fonte: Site R7

Empreendedor_Microempresa1

Brasil terá 8,8 milhões de pequenos empreendimentos até 2015
Crise econômica elevou em 60% o número de empreendedores desde outubro de 2008

Levantamento realizado pelo Sebrae mostra que as micro e pequenas empresas no Brasil estão em plena expansão e que até 2015 o país terá 8,8 milhões de novos empreendimentos, número 76% maior que os 5 milhões atuais.

Outra pesquisa, da consultoria americana DBM, uma das maiores em recolocação de executivos do mundo, mostra que, desde outubro de 2008, o número de brasileiros que decidiram abrir um negócio próprio aumentou em 60%.

Parte dessa tendência recente, diz a DBM, pode ser reflexo da crise financeira que atingiu o planeta desde o final do ano passado. Afinal, são vários os motivos que levam alguém a ter o próprio negócio e um deles pode ser o desemprego.

Mas atenção: se você está querendo montar o negócio próprio apenas porque ficou desempregado ou não consegue se recolocar no mercado de trabalho, precisa pensar bem antes de tomar qualquer decisão.

Abrir uma empresa é um plano de longo prazo, que pode dar prejuízo e muita dor de cabeça se não for cercado de cuidados, informação e muito planejamento estratégico.

Para ajudar nessa decisão, o R7 preparou um guia completo com tudo o que é preciso para abrir uma empresa, quanto dinheiro é necessário para cada tipo de negócio e a quem pedir ajuda e orientação.

Fonte: Site R7

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Reflexão_Crítica


Crítica: como lidar com ela?
Troque a insegurança pela reflexão ao receber julgamentos negativos

Você já reparou uma reação bem comum quando alguém diz que vai fazer uma crítica a algo que dissemos, escrevemos ou expomos? Na maioria das vezes, nós cruzamos os braços e olhamos desconfiados para a pessoa que irá nos criticar. A simples menção da palavra crítica já nos incomoda. Temos medo de ser feridos.


Por que costumamos reagir tão defensivamente? Denunciamos, com essa reação, nossa insegurança? Há um receio de que o que comunicamos ou fizemos não é bom o suficiente e será abalado pela crítica?


Afinal, nem sempre o que nos foi criticado diz respeito diretamente a um erro nosso. Em outras palavras, quando recebemos uma crítica, precisamos respirar fundo e tentar compreender o que leva uma pessoa a criticar o que expressamos. Porque nesse processo, há um elemento crucial que pode nos revelar causas até então desconhecidas sobre quem critica.


Um exemplo costumeiro é percebido nas frases generalistas, repletas de preconceitos, que saem da boca de muitos de nós.Quando, numa roda entre amigos e amigas, alguma mulher fala como se frustrou em seu namoro por causa de uma atitude imatura de seu namorado, uma frase costuma irromper neste círculo social: "Homem não presta mesmo!"A tonalidade revoltada e a ferocidade emocional dessa opinião crítica contra todos os homens, talvez retrate mais a crença destrutiva que a própria pessoa carrega consigo sobre o sexo oposto do que a opinião sobre a falta de maturidade do namorado da amiga.


Outra situação semelhante é a de pessoas que não lidam muito bem com o dinheiro e as questões práticas do dia-a-dia. Elas, quando, por exemplo, se encontram no Ano Pessoal 8 e lêem ou ouvem de um numerólogo os desafios materiais que terão neste período, podem ter uma reação desproporcional. Talvez se sintam tão incomodadas com a necessidade atual de averiguarem seus hábitos com relação ao dinheiro que podem criticar as tendências para tal época de sua vida. Tal reação pode, portanto, refletir a presença de crenças negativas que o crítico carrega consigo quanto ao aspecto financeiro.


Críticas veiculadas com teor cortante e marcadas por generalizações injustas precisam ser compreendidas por quem é alvo das mesmas. Pois se o criticado sente-se inseguro com o que expôs, poderá se abalar. E ter uma reação de não mais expor o que foi criticado ou querer mudar tudo simplesmente para agradar o crítico. Já pensou se Paulo Coelho fosse mudar sua forma de escrever seus livros para agradar cada crítico que o ataca?



Não estou dizendo que devemos ignorar o conteúdo das críticas que recebemos. É importante, sim, nos questionarmos até que ponto o que foi criticado em nós e na nossa expressão merece ser levado em consideração e aprimorado.Afinal, existem muitas críticas construtivas. Apenas estou enaltecendo o quanto uma crítica tão violenta, generalista e povoada de farpas desproporcionais revela muito mais as limitações e crenças negativas do próprio crítico do que uma falha na questão ou pessoa criticada.

Fonte:Site Personare

Análise_Saia de Cena


Saia de cena

Um afastamento temporário da rotina ajuda a abrir caminhos, resgatar planos e descobrir aonde queremos chegar

Parar por quê?_Até Deus parou_Coragem para mudar_Antes de parar
Faça uma conta rápida. Provavelmente, você deve ter entrado na escola aos 5 ou 6 anos de idade, um pouco mais, um pouco menos. Foi então que começou a corrida maluca dos números. Durante cerca de 11 anos, esteve imerso em muitas aulas, um aprendizado sem fim afinal, não havia escolha. Depois, veio o cursinho, o vestibular, a faculdade. Pelo menos mais cinco anos de aulas. Em seguida, o estágio e finalmente o emprego, a profissão. Em outros casos, filhos e família. Ou tudo ao mesmo tempo. E assim muitos anos se passaram, sua rotina se estabeleceu e consolidou a vida que você leva hoje. Quantas vezes já bateu aquela sensação de estar anos e anos correndo sem saber exatamente para onde está indo? Parece que não deu tempo de esvaziar a mente pelo contrário, ela só vem enchendo, enchendo, enchendo. Tem horas que parece quase transbordar.

É por isso que há momentos em que é preciso parar as máquinas. Afastar-se da rotina é um bom jeito de ver, de fato, o que está acontecendo em nossas vidas. Esse tempo pode ser aproveitado para tocar antigos projetos pessoais ou até descobrir novos rumos até porque muitas vezes eles nem estão tão claros assim. Se for o caso, você pode voltar e deixar tudo do jeitinho que estava o que importa é que seu olhar dali por diante terá mudado.

Trocando em miúdos, isso quer dizer parar mesmo de trabalhar, estudar, cuidar da casa, das crianças. Enfim, interromper temporariamente a atividade principal. Não se trata de férias, é uma parada mesmo.Coisa de mais de um mês podem ser meses ou anos, isso é você quem decide, dependendo do que pretende fazer com esse tempo. Existe até um nome para isso: período sabático. O termo, ainda pouco conhecido, vem da palavra hebraica shabat e marca o dia de descanso semanal dos judeus.Hoje, o conceito foi ampliado e significa dar uma parada em busca de qualidade de vida, mudança de hábitos e realização pessoal. Precisei andar 800 quilômetros para dar um salto de 30 centímetros: sair da cabeça e ir até o coração, resume o consultor financeiro Herbert Steinberg, ao lembrar o momento em que resolveu se afastar dos seus afazeres para fazer uma caminhada até Santiago de Compostela, na Espanha.A experiência rendeu frutos como o livro Sabático, um Tempo para Crescer.Herbert define o sabático como a interrupção da rotina para criar oportunidades de crescimento. É um período de estudo, de criação artística ou de qualquer outra coisa ditada pelo sonho individual. Para que continue após a sua realização, é preciso, em primeiro lugar, atender a uma profunda aspiração íntima.

Parar por quê?

Diferentemente das férias, o período sabático é motivado por uma necessidade de renovação, não de descanso puro e simples. Ele requer um sonho, o projeto de uma nova experimentação pode ser uma viagem de veleiro, uma escalada ao monte Kilimanjaro, uma temporada de trabalho voluntário, um curso ou mesmo um tempo longe do trabalho só para se dedicar aos filhos. O fundamental é sair da rotina para rever os rumos e conseguir uma mudança interior, uma virada na vida.

No livro A Essencial Arte de Parar, o psicoterapeuta americano David Kundtz diz que só fazendo essas paradas, mesmo que curtas, podemos ficar totalmente despertos e recordar quem somos. Kundtz diz que parar por um determinado tempo não importa quanto ajuda a entrar em contato com você mesmo: descobrir quem você é e o que quer da vida de verdade. Esse tempo individual ajuda a seguir na direção desejada na hora em que é preciso tomar uma decisão ou executar uma tarefa. Sem esse período de reflexão, acabamos sendo levados pelo turbilhão dos acontecimentos. Era impressionante a quantidade de pessoas que eu conhecia que levavam a vida como autômatos. Esse era um filme que eu não queria repetir. Senti necessidade de parar e refletir sobre minha própria condição no mundo, confirmando ou modificando trajetórias, diz Herbert Steinberg.

Para o consultor Paulo de Barros Souza, a hora de parar chegou quando percebeu que vivia um momento em que tempo era mais importante que dinheiro. Em abril deste ano, pediu uma licença do trabalho e passou três meses viajando.Aos 40 anos de vida e 20 de profissão, achei que merecia realizar projetos com os quais sonhava. Paulo compara a mente humana a um computador. Depois de um tempo, nosso cérebro também começa a apresentar problemas. Para que volte a funcionar bem, é preciso limpar o disco rígido e atualizar o software. Sabático é isso.

Na verdade, não é preciso de rótulos para tirar um período sabático. Sem sequer conhecer o significado da palavra, milhares de jovens do mundo todo passam meses viajando pelo mundo de mochila. Sem saber, estão em sabático. Na Inglaterra, é bastante conhecido o chamado Gap Year, um ano que muitos britânicos tiram entre o fim do ensino médio e o ingresso na universidade, normalmente para se dedicar a algum trabalho voluntário. Até os filhos do príncipe Charles,William e Harry, passaram um tempo trabalhando em países do Terceiro Mundo. Em Israel, freqüentemente rapazes e moças que terminam o serviço militar obrigatório passam de seis meses a um ano viajando antes de retomarem suas atividades. Esse período de aprendizado e reflexão ajuda a tirar dúvidas sobre qual carreira escolher isso mostra que não é preciso chegar aos 40 nem trabalhar dez anos em uma empresa para sentir necessidade de um tempo.

No filme italiano Pão e Tulipas, Rosalba, uma dona-de-casa, vive sem saber uma experiência parecida. Viajando pela Itália em uma excursão de ônibus com sua família, ela é esquecida pelo marido e os filhos em um restaurante de beira de estrada. Rosalba então aproveita a situação para conhecer Veneza, a cidade dos seus sonhos. Pede carona, trabalha como florista, faz novos amigos. Mais ainda: descobre entre estranhos um carinho e uma cumplicidade mais intensos do que tinha com seu marido e filhos.

Até Deus parou


Não pense você que o sabático é invencionice dos tempos modernos. De acordo com a Bíblia, foi ninguém menos que Deus quem começou isso. Ele teria criado o mundo em seis dias e, no sétimo, descansado. No Velho Testamento, está escrito:Semeareis os vossos campos seis anos a fio, e seis anos podareis as vossas vinhas, e recolhereis os seus frutos. O ano sétimo, porém, será o sábado na terra, consagrado à honra do descanso do Senhor. Não semeareis os vossos campos, nem podareis as vossas vinhas. Assim como a terra precisa de um tempo de descanso para continuar fértil, nós também necessitamos de um período longe da rotina para que novas idéias possam frutificar em nossa cabeça. Deve ser por isso que os escritos sagrados chegaram aos nossos hábitos atuais. A prática começou em 1880, quando o presidente da Universidade Harvard, Charles W. Eliot, quis contratar o famoso filólogo Charles Lanman. Para atraí-lo, ofereceu a Lanman o benefício de um ano de licença remunerada a cada seis anos trabalhados. Outras universidades seguiram o exemplo e, hoje, isso é muito comum em faculdades do mundo todo.

O sabático também sempre esteve muito presente na antroposofia, ciência espiritualista criada por Rudolf Steiner, no início do século passado, que se propõe a reunir os pensamentos científico, artístico e espiritual e, dessa forma, responder algumas das questões mais profundas do homem moderno sobre si mesmo e sobre suas relações com o Universo. Na pedagogia criada por Steiner, também conhecida como pedagogia Waldorf, o desenvolvimento dos seres humanos é explicado em ciclos de sete anos, chamados setênios. Cada setênio apresenta momentos diferentes de desenvolvimento da criança. O professor é um tutor que guia a mesma turma por sete anos. Depois disso, tem direito a um período para recarregar as baterias. Aproveitei meu sabático para ler e estudar bastante, diz a professora Wilma Lúcia Furtado Paschoa, do colégio paulistano WaldorfMicael. É importante para que você se desligue da turma anterior e tenha energia renovada para iniciar um outro ciclo. No mercado das empresas, o sabático chegou na década de 50, quando a IBM instituiu o programa Personal Leave of Absence. Ele permitia aos funcionários uma licença não-remunerada de até três meses. Hoje, 20% das maiores empresas dos Estados Unidos oferecem a possibilidade de períodos sabáticos, geralmente garantindo remuneração integral ou parcial.

No Brasil, ainda é pequeno o número de empresas que oferecem a possibilidade de um período sabático aos funcionários. Por isso, por aqui, a maioria das pessoas que resolve parar precisa se organizar por conta própria. Isso inclui guardar dinheiro por um tempo, planejar-se até porque, evidentemente, é inviável parar de trabalhar, resolver viajar ou seja lá o que for, sem um suporte financeiro. Pois bem, mas aqui chegamos a um ponto que costuma render discussões acaloradas: o dinheiro.A falta dele muitas vezes é usada como desculpa para não mudar.Afinal de contas,mexer em uma situação consolidada normalmente quer dizer trocar o conforto do conhecido por algo incerto. E isso pode significar aprender a viver com menos.

Andar de metrô, usar calça jeans e viver com dinheiro contado são algumas das experiências que mais marcaram o sabático de Walter Janssen Neto. Ele descobriu que era possível dar uma parada depois de trabalhar ininterruptamente durante 25 anos na Weg, grupo empresarial catarinense que fabrica motores elétricos industriais. Em 1997, ao saber que sua filha de 15 anos queria fazer um programa de intercâmbio no exterior, Walter teve um estalo. Por que não vou também?Após uma negociação com a diretoria da empresa, decidiu-se por um MBA na Filadélfia. Antes, passou três meses fazendo especialização na língua. Foi maravilhoso conviver com pessoas de todas as idades e de diversas partes do mundo, andar de metrô, me vestir informalmente. Descobri que era possível viver com menos e de maneira mais simples. A experiência mudou sua vida. Ao sair da rotina, ele perdeu a concha protetora,mas ganhou em crescimento pessoal. O sabático me permitiu ver que existiam oportunidades de aprendizado fora de Santa Catarina. Também ajudou a ver que o lado espiritual é bem mais importante que o material. Descobri que devemos ter coragem e determinação para seguir o que nosso coração e nossa intuição nos indicam.

Coragem para mudar


Fora o aspecto financeiro, a decisão de tirar um sabático ainda depende de muita ousadia. É preciso desprender-se e encarar todos os estranhamentos que a atitude pode causar. A administradora de empresas Cynthia Jobim é um bom exemplo disso. Para correr atrás de um antigo sonho, foi capaz de deixar marido e filhos pequenos em casa e viajar para o exterior. Ainda quando estava na época de faculdade, conheci um grupo de israelenses que tinham acabado de prestar serviço militar e estavam viajando por um ano. Foi a primeira vez que ouvi falar sobre a possibilidade de me afastar do dia-a-dia e vivenciar novas experiências, conta. Mas logo ela começou a trabalhar, casou, teve filhos e os outros sonhos ficaram de lado. Aos 40 anos, Cynthia tomou coragem e foi passar três meses estudando na Universidade de Michigan.Minha vida era uma correria.

Eu trabalhava, estudava, tinha um marido e duas crianças pequenas, não tinha tempo para nada, diz Cynthia. Longe de casa, finalmente teve tempo para um encontro consigo mesma. Sair do dia-a-dia faz você ver as coisas de outra perspectiva.Resgatei objetivos de vida que estavam esquecidos. No período fora, ela fez seus planos de mudança e logo ao chegar ao Brasil colocou-os em prática.Um mês depois da aterrissagem, deixou a empresa na qual estava havia 13 anos, foi fazer um mestrado e começou a dar aulas. Foi na viagem que resgatei a vocação para a pesquisa e o ensino, diz Cynthia.

Foi o olhar de fora que fez com que Cynthia mudasse as imagens que tinha em relação à própria vida. Esse mesmo olhar transformou o cotidiano de Paulo, Walter e todos os outros que tiveram um pedaço de sua história contada aqui. Pode ser que esta seja a chave: afastar para ver melhor. É como apreciar uma obra de arte com o rosto colado na tela não dá para ver nada, a pintura vira um borrão. Se dermos alguns passos para trás, tudo começa a ficar mais nítido. Até que a beleza da obra começa a aparecer no caso da vida, o máximo que pode acontecer é resolvermos mudar o quadro de lugar e pintar a parede de outra cor. O resultado pode ser surpreendente.

Antes de parar

TROQUE EXPERIÊNCIAS Para sair em sabático, é importante eleger um mentor, um conselheiro com quem possa trocar idéias sobre seu projeto e verificar se ele é de fato consistente. Deve ser alguém não apenas solidário com seus planos, mas também capaz de questioná-los. Isso o ajudará a fortalecer suas idéias.
PLANEJE-SE Converse com pessoas que já fizeram uma experiência semelhante e pesquise sobre o que pretende fazer. Talvez seja o caso de guardar dinheiro ou pedir a ajuda financeira temporária de algum familiar.

NEGOCIE COM A FAMÍLIA Parar o que está fazendo vai implicar uma certa negociação com quem vive com você. Pode haver resistência se você chegar, do nada, avisando que vai passar seis meses trabalhando como voluntário na África ou fazendo um curso de restauração em Londres. Para quebrar o choque, é preciso conversar bastante antes, prever soluções para problemas que sua falta pode causar. O mais importante é que todos percebam a importância que o projeto tem para você e os benefícios que trará para si e para a família.

DEFINA PRAZOS O sabático deve ter também um começo, um meio e um fim bem definidos para que o retorno à vida normal não seja traumático. Na volta, pode ser difícil se readaptar a compromissos e horários. O truque é aproveitar essas dificuldades a seu favor por exemplo, reduzir de vez a carga de trabalho em uma hora por dia e aproveitar esse tempo para fazer um esporte ou conviver com os filhos.

PARA SABER MAIS

FILME

Pães e Tulipas, dir. Silvio Soldini, 2000

LIVROS


Sabático, um Tempo para Crescer, Herbert Steinberg, Gente
A Essencial Arte de Parar, David Kundtz, Sextante
The Sabbatical Mentor A Practical Guide to Successful Sabbaticals, Kenneth Zahorski, Anker Publishing Company

Fonte: Revista Vida Simple

Seminário de Resultados

Sala 510_Seminário de Resultados

Apresentações de hoje_Quarta-Feira_23 de Setembro

Grupo 8_RPress (Seabra Neto)

Grupo 1_Exclusiva BR

Grupo 9_ Celpe

Grupo 5_Ministério Público



Próximas Apresentações_ Segunda-Feira_28 de Setembro

Grupo 6_Prefeitura do Recife

Grupo 3_Duxi Comunicação

Grupo 2 _ Polícia Federal

Grupo 7_ Metrorec

Prova Teórica

Assunto: Jornalista X Jornalista
O Caso Brasileiro

2 questões subjetivas

domingo, 20 de setembro de 2009

Vídeo_Texto Assessoria

Aula_21 de Setembro

Sala 510


Como acessar o Blog de Planejamentodovlau

O Texto para Assessoria

sábado, 19 de setembro de 2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

É Notícia_Curso Jornalismo

18/09/2009
MEC conclui trabalho de revisão das diretrizes curriculares do curso de jornalismo

Brasília - O Ministério da Educação recebeu hoje (18) o relatório da comissão formada para rever as diretrizes curriculares do curso de jornalismo. A principal sugestão do grupo, formado por renomados professores e pesquisadores da área, foi uma maior integração entre prática e teoria durante a formação. As diretrizes serão enviadas ao Conselho Nacional de Educação para aprovação e devem entrar em vigor a partir de 2010.

A partir dos trabalhos que incluíram audiências públicas em diversas partes do país, a comissão determina que o estágio supervisionado volte a ser obrigatório para a formação. O presidente da comissão, professor José Marques de Melo, acredita que as novas diretrizes vão contribuir para uma valorização do diploma após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a obrigatoriedade do instrumento para o exercício da profissão.

“Essa revisão dos currículos dará mais peso ao diploma porque os jornalistas que se formarem com essas orientações serão bem mais competentes para atender às necessidades da sociedade e das empresas”, disse. A comissão também determinou a ampliação da carga-horária do curso de 2,8 mil para 3,2 mil horas e sugere uma diversificação dos currículos. Segundo Melo, hoje eles estão “homogeneizados”.

O trabalho da comissão começou antes da decisão do STF de revogar a obrigatpriedade do diploma. Além do curso de jornalismo, o MEC já revisou as diretrizes curriculares de medicina, direito e pedagogia. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, essas são áreas estratégicas para a garantia dos direitos sociais. “Em função da sua importância para a questão democrática, a sociedade e os meios de comunicação precisam ter profissionais altamente qualificados”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Aula_21 de Setembro

Sala 510


O Blog_Como Acessar

O texto Jornaístico para Assessoria

Texto Análise: Tudo Ao Mesmo Tempo, Agora
Mudar é Bom

Análise_Improviso

Improviso

O leitor Henrique Machado pergunta: “No mundo veloz e mutante em que vivemos, é importante aprender a improvisar?”

Sem preparação prévia_Como preparo_com responsabilidade
Há alguns anos, eu e minha filha Débora estávamos em Olinda, em Pernambuco, descansando no Alto da Sé, apreciando a famosa vista e uma refrescante água de coco, quando fomos abordados simpaticamente por dois repentistas locais. O primeiro, dedilhando o violão de maneira displicente, atacou:

Com licença meu bom paulista
Mas eu preciso lhe mostrar
Que nós temos mais que a bela vista
Que vocês estão a apreciar
O que encanta todo sulista
É nossa maneira de agradar
Seu companheiro, então, perguntou nossos nomes e o que éramos um do outro, fez graça com nossa pele clara, nosso jeito magro, nossa rendição à beleza local, e emendou:

O Eugenio é um homem aberto
Que leva a Débora pra passear
Mas como ele é muito esperto
E a filha tudo quer comprar
Ele aponta pro mar tão perto
E diz leve a vista pra lembrar

Esses dois poetas, homens simples, poderiam ficar por horas improvisando versos a partir de temas propostos ao acaso. Essa arte – o repente – é uma manifestação da cultura popular, comum nos estados do Nordeste, mas não só neles. Sua principal característica é o improviso de versos a partir de palavras, criando rimas que respeitam o sentido. Como em geral é praticado em dupla, o repente também assume a característica de uma disputa, um verdadeiro duelo entre os dois cantadores. Vence aquele que consegue encurralar o outro, que vai ficando sem argumentos ou sem rimas. Trata-se de uma arte engraçada, curiosa, que encanta quem a escuta pelo inusitado das frases e pela inteligência lingüística dos contendores, mais que pela qualidade musical ou poética.

O repente usa o princípio da sextilha, uma estrofe composta por seis linhas, em que a rima obrigatória está nas linhas pares, facultativa nas ímpares. À primeira vista, a sextilha pode parecer pobre, mas, quando bem usada, mostra seu grande potencial poético. Camões, por exemplo, usou-a para compor Os Lusíadas. É, sem dúvida, um recurso ótimo para o improviso, que, por sua vez, é uma característica importante da arte. A arte sem o improviso arrisca-se a ficar limitada à técnica. Ainda que ninguém faça arte sem dominar a técnica, só ganha o título de artista quem consegue usar sua base técnica para criar, produzir... improvisar.

Usando a arte como exemplo, as empresas, que nada mais são que grupos humanos formados para atingir resultados, são cada vez menos comparadas a orquestras sinfônicas, em que tudo acontece obedecendo à partitura e ao ensaio; e cada vez mais comparadas a bandas de jazz, capazes de improvisar buscando melhores resultados.

Sem preparação prévia

Mas o improviso não é exclusividade da arte, pode ser percebido em outras – ou todas – as atividades humanas. A ciência também é um exemplo, apesar de ter suas bases fincadas no método, que é a antítese do improviso. É que, às vezes, imprevistos acontecem.

O filme Apolo 13, estrelado por Tom Hanks, mostra um exemplo do poder do improviso da engenharia espacial, que foi fundamental para salvar vidas humanas. Baseado em fatos reais, conta o drama dos três astronautas que ficaram aprisionados na cápsula lunar após um defeito técnico que não só abortou a chegada à Lua como também colocou em grande risco a vida dos tripulantes. O problema era o que fazer com o gás carbônico produzido pela própria respiração dos astronautas que, após determinado nível, transforma-se em substância tóxica, matando quem o inala. Era necessário construir um filtro.

Mas como, se eles não tinham a bordo os materiais e as ferramentas necessárias? Foi quando entrou em ação uma equipe da base de Houston que, trabalhando com cópias exatas dos produtos existentes a bordo, conseguiu construir um protótipo de filtro suficientemente eficaz. As informações foram passadas para a nave e os astronautas conseguiram reproduzir o filtro com partes retiradas de outros equipamentos. Ao unir com fitas adesivas alguns pedaços de tecido e restos de plástico, os astronautas conseguiram salvar suas próprias vidas.

O filme é bem feito, conta uma história verdadeira e é uma metáfora da própria vida. Às vezes achamos que estamos no comando, com tudo organizado, previsto, arrumado, quando somos assaltados por um imprevisto que muda tudo. O que fazer quando somos pegos de surpresa, quando algo totalmente fora do script sai da cartola da vida, que brinca de mágica e diz “surpresa!”? Convenhamos, nem tudo sai exatamente como planejamos o tempo todo e, às vezes, temos de improvisar para não ficar com cara de bobo maldizendo a sorte.

Mas parece que nós, brasileiros, estamos bem na foto, pois diz a lenda que, nessa arte, somos insuperáveis. E sempre encontraremos exemplos para confirmar essa tese. Eu mesmo tenho minhas histórias. Lembro, por exemplo, que quando visitei, como estudante de medicina, um pronto-socorro nos Estados Unidos, fiquei impressionado com a quantidade de recursos à disposição dos médicos plantonistas. Ao comentar que nós, no Brasil, não tínhamos nem a metade dos equipamentos, produtos e técnicas que para eles eram rotina, tive que ouvir: “E como conseguem trabalhar?” “Improvisando”, disse eu, para um gringo que fazia cara de golfinho. E era a pura verdade. Se não tínhamos mononylon, suturávamos com algodão. Se faltava mertiolato, desinfetávamos com álcool. E, no fim, tudo dava certo. Como diz o ditado popular, “é a necessidade que ensina o sapo a pular”.

Com preparo


Mas há o outro lado da moeda: é claro que o improviso é útil, mas cuidado, pois ele pode significar falta de planejamento. E, se for, é parente da incompetência. Lembro que meu pai, dado a repetir frases de efeito, costumava dizer: “Você não pode depender do improviso para viver, mas se não souber improvisar, estará perdido”.
Naquela ocasião não entendi direito, mas o tempo acabou esclarecendo a idéia do meu velho. Se você não tiver planejamento e estrutura, dificilmente chegará a algum lugar; mas, considerando que a vida é cheia de casualidades e de surpresas, às vezes você precisará improvisar.

Pois é. Parece que estamos diante de mais um paradoxo – precisamos estar preparados para improvisar. Como assim? Se estivermos preparados, o improviso não deixa de ser um improviso? Não! Pelo simples motivo de que o improviso não está relacionado à falta de preparo e sim ao aparecimento súbito de uma situação que não era esperada. Imprevistos acontecem, e os improvisos são a resposta.

O professor Reinaldo Polito, mestre em ciências da comunicação e professor de oratória de executivos, artistas e políticos, ensina que a capacidade de improvisar é uma das qualidades dos bons oradores. “Entretanto”, diz o especialista, que é autor de 17 livros sobre o assunto, muitos publicados em vários idiomas, “improvisar não significa falar sobre o que não se conhece, e sim organizar os pensamentos e transformá-los em palavras diante de situações não esperadas.” Improvisar não é sair do nada para o tudo. Antes, significa buscar no baú mental de repertórios as peças que precisam ser encaixadas e ajustá-las o mais rápido possível, pois a situação é de emergência.

E, para isso, é necessária a combinação entre a calma e a autoconfiança. Por exemplo, se você é chamado a falar de repente, não tem jeito, terá que improvisar. Polito recomenda que, nesse caso, você comece abordando um tema mais simples, de menor importância, que domine bem, para estabelecer um elo de confiança com a platéia e, claro, ganhar tempo para se acalmar. Quando a freqüência cardíaca baixa, os neurônios se comunicam melhor, as palavras se organizam e as frases fluem. Cuidado, apenas, para não sair do foco. Dê um giro, mas volte ao assunto, se não vão achar que você é um político tentando enrolar.

Com responsabilidade

Uma das histórias sobre o compositor polonês Frédéric Chopin conta seu primeiro encontro com outro gênio do romantismo do século 19, o húngaro Franz Liszt. Consta que Chopin, ainda desconhecido, visitava um empresário artístico em Paris quando, de repente, ouviu o som de uma de suas polonaises vindo da sala ao lado. Assustado, correu para o local e viu ninguém menos que o já famoso Liszt sentado ao piano, tocando uma das partituras que Chopin havia esquecido sobre a mesa enquanto aguardava ser chamado para a reunião com o empresário.

Liszt, sem interromper, perguntou se a composição era daquele jovem desconhecido que o olhava assustado. Ao receber a confirmação, disse que estava tão impressionado com a qualidade da obra que gostaria de apertar a mão do compositor, mas não podia fazer isso, pois não conseguia parar de tocar. Chopin então apresentou a solução: “Eu posso substituir sua mão direita com minha mão esquerda. Então poderemos nos cumprimentar”. Esse dueto de mãos esquerdas foi apenas o primeiro improviso daquela tarde parisiense. O que se seguiu foi um concerto a quatro mãos, improvisando variações sobre a obra de ambos.

Não tenho confirmação dessa história. Mas não importa. É muito bela. Além disso, ensina que o improviso não é um ato de irresponsáveis. Só improvisa quem conhece o assunto sobre o qual deve improvisar. Chefes de cozinha improvisam nas panelas, músicos improvisam com os instrumentos, professores improvisam na sala de aula, médicos improvisam no hospital de campanha, poetas improvisam ao ouvido de suas musas. O que não dá para imaginar é ver médicos improvisando na cozinha, cozinheiros no piano etc. Improviso não é aventura. Exige preparo e responsabilidade. Improvisar sobre o que não se domina é como achar que se pode pilotar um avião porque se tem carteira de motorista. Não vai dar certo no fim.

Eugenio Mussak é educador e escritor. Neste espaço, faz reflexões a partir de inquietações levantadas pelos leitores. Envie suas dúvidas para: pensandobem@abril.com.br

Fonte: Revista Vida Simples

Emprego_Aumento

Emprego_Roupas

Bem-vestido para a entrevista

Roupa de entrevista de emprego nem sempre é terno. Veja as variações, mas fique atento ao código da empresa











A roupa da entrevista não é mais importante que o seu currículo, mas uma impressão ruim pode diminuir suas chances com o entrevistador logo no primeiro encontro. O bom e velho terno serve para quase todas as ocasiões, mas, em alguns casos, pode ser formal demais. Dependendo da empresa e das expectativas para o cargo, uma imagem mais informal contribui para que você pareça adequado.

Para acertar, antes de ir, faça a lição de casa. Assim como você busca informações sobre os negócios da empresa, informe- se também sobre seu código de vestir. E vá um pouco mais sóbrio do que isso. Roberta Borguignon, consultora de imagem, ensina: “Por mais que as pessoas estejam se vestindo informalmente no dia a dia, o perfi l que se espera de um executivo em uma entrevista ainda é rígido”. Essa dica vale principalmente para empresas da área fi nanceira, consultorias e fi rmas de advocacia. Conheça as outras possibilidades.




















































Fonte: Revista Você S/A

Análise_O Verdadeiro Luxo


O verdadeiro luxo

Não tem a ver com roupas de grife, mansões e diamantes. Muito menos é algo para poucos afortunados. Surpresa: o mapa dessa mina está mais próximo do que você imagina
Objetos de luz_Roupas de grife_Viagens cinco-estrelas, cardápio sofisticado_morada dos sonhos_jóias preciosas

Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que o sujeito desce na estação do metrô. Vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal. Mesmo assim, durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes. Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares. Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares.

A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife.

Esse é um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas que são únicas, singulares, e a que não damos a menor bola porque não vêm com a etiqueta de seu preço. A boa notícia é que pela primeira vez na história temos a chance eu, você e quem mais quiser de definir o que tem valor real para nós, independenteente de marcas, preços e grifes. Não é mais um luxo o que o mercado diz que você deve ter, sentir, vestir ou ser. O luxo se relativizou, cada indivíduo o percebe a seu modo.

Quer ver?

Sabe quando você faz algo que lhe dá um prazer danado, mas que acontece aqui e ali, bem raramente, e que por isso mesmo traz uma sensação de felicidade que transborda só de pensar? Pois a experiência única, que evoca esse estado de espírito, é o tal luxo para chamar de seu. Ele ganhou um conceito mais flexível, que se desvincula do valor das cifras dos produtos e se aproxima das experiências subjetivas, um luxo emocional, afirma o psicanalista Jorge Forbes. Numa pesquisa rápida, descobri que, se para meu vizinho um luxo é chegar mais cedo do trabalho para cair na farra com os filhos, para a chefia é conseguir almoçar sossegado em casa e para a colega aqui ao lado é não ter hora para acordar simplesmente um luxo!

Objetos de luz

Essa não é a primeira vez que o luxo deixa de ser sinônimo de vida abastada, riqueza, extravagância e outros frufrus. Ele é tão antigo quanto a própria história da humanidade e em sua origem estava ligado aos rituais que as sociedades primitivas faziam para suas divindades. Acreditavam que iriam comover os deuses com coisas que não eram costumeiras, e que através dessas oferendas, danças e comidas especiais conseguiriam a luz para se orientar. Esses objetos que extrapolavam o cotidiano, veja só, passaram a se chamar objetos de luz, objetos de luxo. Antes de ser uma marca da civilização material, o luxo foi uma característica do ser humano em busca da transcendência, da sua não-animalidade, diz o filósofo francês Gilles Lipovetsky, co-autor do livro O Luxo Eterno.

E foi assim até o fim da Idade Média. No início do Renascimento o luxo perde sua aura sagrada, ganhando ares materialistas. Surgem os objetos de luxo suntuosos e exclusivos para as cortes aristocratas. Com a revolução burguesa e o início da sociedade de consumo, os objetos de luxo servem para distinguir as classes sociais. Feitos para dizer: eu tenho o que você não tem. Um tipo de luxo que se acentuou na era industrial e serviu de estímulo para as empresas se desenvolverem com produtos cada vez melhores e mais sofisticados. Uma sociedade hierárquica, com padrões universais de comportamento. Então veio a recente globalização, que botou tudo de cabeça para baixo. E as pessoas ficaram mais autônomas para gerir sua vida a partir de valores pessoais. Se hoje não existe mais um padrão de gostos, perde o sentido ter objetos de luxo para impressionar os outros, diz Dario Caldas, da agência de tendências Observatório de Sinais.

Isso não significa que o luxo tradicional esteja em declínio, muito pelo contrário. Ainda povoa nosso imaginário e dita a vida de muitos que sonham com a trilogia champanhe-charuto-golfe. Os dados estão aí para comprovar: é um setor econômico mundial da ordem dos 400 bilhões de dólares por ano, um mercado em ascensão, que só no Brasil cresceu 32% no ano passado, segundo pesquisa do instituto GFK Indicator.
O que mudou é que, com esse conceito de luxo expandido, ele deixa de ser restrito aos ricos. E isso não é papo de auto-ajuda para os menos endinheirados. Fui tirar a prova com Carlos Ferreirinha, um dos maiores especialistas do segmento de luxo no Brasil. Ele explica que existe até um apelido para isso no mercado: o novo luxo. O importante é que ele mantém a característica básica do luxo: aquilo que é raro, escasso, exclusivo, ou seja, tudo o que não é comum nem usual mas agora não necessariamente material, diz.

Taí o mapa da mina: o próprio indivíduo tornou-se a medida do luxo. Mas, cá entre nós, como descobrir esse novíssimo luxo? Faça este exercício: anote tudo que tem alto valor emocional e que lhe é raro. Pode ser tomar um cafezinho num lugar que você adora, mas aonde não consegue ir sempre, sair do trabalho com o sol ainda raiando no céu, lagartear sem fazer absolutamente nada. Tudo o que é difícil de realizar com o estresse da vida moderna pode ser um luxo, diz Ferreirinha. Eu não resisto e pergunto e qual o seu maior luxo? Esperava ouvir carros, iates e quetais como resposta. Sou aficionado por cinema e gostaria de ir pelo menos uma vez por semana, na sessão da tarde. Quando consigo pegar um cineminha, a experiência é única, diz. Bem, se somos o mapa da mina, o tesouro é este: recuperar o luxo que nos eleva do ter para o ser, da aparência para a essência, trazendo de volta seu antigo valor, de sacralizar momentos, torná-los divinos.

E para você? O que é um luxo? Ou melhor, o que lhe é raro e especial? Selecionamos cinco segmentos do luxo tradicional, mas vistos pelo prisma desse novo luxo, para ampliar sua reflexão. E para ajudá-lo a viver a dolce vita.

Roupas de grife

O corpo sempre foi a vitrine do luxo. E os trajes funcionaram, no decorrer da história, para demarcar posições sociais. Tanto é que a origem da palavra investimento é correspondente ao termo italiano investito, isto é, o investimento de valores fazia-se nos vestidos, nos trajes da época. Mas hoje não é mais assim. Não há um tipo de roupa que faça a diferenciação social, e sim as marcas de roupas, com seus precinhos salgados a tiracolo.

As grandes marcas são o carro-chefe, ou melhor, a limusine do segmento de luxo. A palavra marca em inglês se escreve brand, e vem de brandon, que é o instrumento empregado para marcar o gado a ferro quente. Acontece que, se antes as indumentárias marcavam os grupos sociais, como gado, esse comportamento mudou na contemporaneidade. Existe uma democratização da moda e ela não tem mais esse papel forte de distinção social. Hoje até a classe alta usa o que quiser, diz Ferreirinha. Há um movimento de popularização das marcas de luxo, seja porque estas lançam cada vez mais artigos acessíveis (perfumes e acessórios) e fazem parcerias com magazines, seja pela famosa indústria de cópias falsificadas.

Segundo outro expert no assunto, Gabriel Pupo Nogueira, fundador do Taste, um portal na internet para o consumidor de alto padrão, a moda não tem mais todo esse requinte, mesmo para pessoas mais abastadas. Um exemplo vem da pessoa mais rica do mundo: Bill Gates não usa ternos nem gravatas Armani, não faz a menor questão de transmitir glamour. Anda de calça jeans e camisa. É um comportamento mais informal, despojado , diz Gabriel.

Hoje a responsabilidade social está incluída no repertório das preciosidades. Trabalhos manuais feitos por artesãos e comunidades, ou ainda produtos que levam em conta a sustentabilidade, trazem um diferencial. O feito a mão é valorizado pela exclusividade da pequena produção, diz a professora Kathia Castilho, organizadora do livro O Novo Luxo. São tecidos pela criatividade da mão humana e não pela precisão da máquina, e suas tramas vêm com história.

Viagens cinco-estrelas

Se pensarmos em viagens de luxo, uma nuvem (plim) instantaneamente se forma acima de nossas cabeças, com imagens deliciosas de resorts glamourosos, em lugares exuberantes, acomodações espaçosas, atendimento VIP e banheiras debruçadas sobre o mar. Nada mal. Mas, no fim das contas, o que realmente faz com que uma viagem seja única? Claro que os requisitos descritos podem ajudar bastante, mas não são sufi cientes. O que faz com que uma viagem fique na memória até o fim da vida são os momentos emocionantes que ela proporciona, e isso independe de seu valor comercial, diz Edgar Werblowsky, que trabalha com ecoturismo há mais de 20 anos. Acredito que o valor da vida será medido pelas emoções vividas, o que será uma revolução, diz.

Edgar percebeu uma procura crescente do consumidor por experiências únicas. A partir dessa observação, criou há três anos a Imaginnare, uma agência de viagens de sonhos. Que vão de aventuras mais inóspitas, como passeios de balão e test-drive de carros de corrida, até as mais prosaicas, como observar passarinhos em alguma serra ou passar uma temporada numa fazenda rústica para vivenciar a vida no campo. Aliás, este é outro ponto: o esgotamento dos recursos naturais vai fazer com que mais pessoas voltem a atenção para curtir coisas simples como ar puro e água fresca. Simplesmente porque conhecer lugares espetaculares na natureza será uma experiência cada vez mais escassa.

Quando o ator paulistano Carlos Evelyn se casou, no início do ano, escolheu passar a lua-de-mel com Mariana na Itália. Não pelo lugar em si. É que seu pai e sua tia haviam feito há 40 anos uma viagem gastronômica memorável por lá, que tinha virado uma lenda familiar. Depois que seu pai morreu, Carlos achou um roteiro dessa viagem, com anotações sobre os restaurantes pelos quais passaram, descrições dos pratos que comeram e o que acharam da comida. Carlos decidiu fazer o mesmo estilo de viagem, e durante os passeios pelas cidadezinhas da Itália o casal também escreveu um diário gastronômico. A viagem foi especial não só porque a Itália tem cidades lindas, ou porque era minha lua-de-mel e minha mulher estava grávida de cinco meses mas também porque estava revivendo uma história do meu pai num momento em que estava quase me tornando pai, diz Carlos. Sem dúvida, uma viagem cinco-estrelas.

Cardápio sofisticado

Por falar em gastronomia, o que é um alimento sofisticado hoje? Mais que restaurantes badalados carérrimos, com chefs renomados, pense nos produtos regionais, feitos de maneira artesanal, sem conservantes - estes sim, uma raridade, diz a culinarista Cênia Salles, coordenadora do movimento Slow Food no Brasil. O princípio básico do movimento é trazer o prazer de volta à mesa, ao degustar com calma alimentos frescos, orgânicos, produzidos de forma que respeite o meio ambiente - como você pode notar, uma oposição ao fast food que se alastrou pelas cidades.

Dona de um dos primeiros empórios orgânicos em São Paulo, Cênia valoriza também aqueles pratos que trazem boas recordações. Para mim um luxo é saborear a torta da tia Lourdes, a bala de coco da tia Dora, o pão-de-ló de laranja da minha mãe, o merengue da prima Ceci e a queijadinha da tia Alice. Essas receitas fazem parte da minha memória gustativa, e a cada abocanhada me transportam para uma história da minha vida, diz. Ela abre a primeira página da agenda e mostra seu slogan: Simplicidade é o máximo da sofisticação, frase de Leonardo da Vinci. Então conclui: numa época em que comidas congeladas, com conservantes e industrializadas, ocupam as prateleiras dos supermercados, luxo mesmo é degustar uma comida caseira, com ingredientes saídos do jardim, feita por alguém especial.

Certa vez, quando perguntaram ao dono da maior rede de supermercados - e de uma das maiores fortunas - do país qual seu prato ou restaurante preferido, ele não apontou um prato de um chef aclamado, de um fino restaurante internacional. Abílio Diniz confessou seu prato premiado: um bom tostex de queijo minas com peito de peru e orégano, que ele mesmo prepara na cozinha, quando chega do trabalho. Quem diria?

Morada dos sonhos

Quando você imagina a casa dos sonhos, a primeira pergunta que tem que fazer é: o que faz bem a minha alma? Pode ser uma vista deslumbrante, uma árvore no quintal, morar num prédio que tenha importância histórica, um espaço para desfrutar do sol, enfim, esse será o seu luxo, diz José Eduardo Cazarin, fundador da Axpe, imobiliária de imóveis especiais. Não se trata de exibir um ambiente exterior de riqueza, mas sim de criar um espaço que se pareça conosco, um lugar personalizado. No mais, o consumo ostentatório é de mau gosto, inoportuno, não tem cabimento é cafona mesmo, afirma Cazarin. E arremata: O importante é que sua morada proporcione uma experiência sensorial de bem-estar.

O arquiteto e urbanista paulista Paulo Mendes da Rocha vai além. Para ele, viver de maneira especial tem a ver com a relação que você tem com a cidade. Em tempos de casas muradas e condomínios fechados, um luxo é usufruir as qualidades que a cidade tem. Entender que a casa não é só a casa, mas também a cidade. É ter na quadra da sua casa uma padaria ou um café agradável, poder passear na rua, morar perto do trabalho, dispor de transporte público. Retomar a essência da cidade, que é o convívio urbano. A grande segurança da cidade é ter suas ruas ocupadas. Assim são as mais belas cidades do mundo, diz a arquiteta paulista Fernanda Barbara, ex-aluna de Paulo Mendes da Rocha, também defensora da cidade como casa.

Movimento exatamente contrário ao que propõem os lançamentos imobiliários de alto padrão das grandes cidades: condomínios que vêm com verdadeiros clubes, salão de beleza, bosque, mercadinho e, quem sabe, até uma padaria. Quase uma minicidade murada.

Jóias preciosas


São o ícone do luxo. Não foi à toa que Audrey Hepburn imortalizou-se no clássico filme Bonequinha de Luxo. Nele, sua personagem pobretona, mas cheia de classe, suspira ao tomar café da manhã em frente à joalheria Tiffany e sonha que um dia será tão rica que terá todas aquelas preciosidades, e para tanto procura magnatas para casar. Até encontrar a jóia mais preciosa no relacionamento com seu vizinho pé-rapado com quem cria vínculos e acaba se apaixonando.

Pois é. Se o novo luxo é emocional, vale lembrar que os relacionamentos são como o ouro do mais puro quilate. Isso mesmo. Um estudo conduzido pelo Instituto de Educação da Universidade de Londres demonstrou que uma pessoa que ganha 3 mil reais e encontra com freqüência os amigos é tão feliz quanto outra que tem o salário dez vezes mais alto, mas sacrifica sua vida social. A pesquisa feita com 8 mil britânicos se propôs a colocar etiquetas de preços em amigos e parentes. Os resultados mostraram claramente que um aumento no nível de envolvimento social equivale a muitas libras adicionais por ano em termos de satisfação de vida, afirmou o autor da pesquisa, Nick Powdthavee, especialista em economia aplicada a temas de felicidade.

Demorou para o terapeuta corporal e professor de aikidô Jorge Mello descobrir essa pepita. Jorge trabalhou 18 anos num banco e, apesar de ter uma vida financeira satisfatória, só sobrava tempo para as relações profissionais. Até conhecer o Movimento de Simplicidade Voluntária, organização mundial que ensina a auto-observação como mecanismo para perceber se suas opções estão gerando realizações.

Não deu outra. Trocou de profissão e, como terapeuta, não atende mais de cinco pacientes por dia, tem um círculo de amizades autênticas e coordena o Movimento Simplicidade Voluntária no Brasil. Tenho menos sucesso e sou mais completo, diz. Vou duas vezes por mês à orquestra sinfônica e divido a vida com os amigos. Valorizo meu bem mais precioso: meu tempo, e encerra a conversa para não se atrasar para um encontro.

Tempo. Talvez um luxo para a mulher que surgiu apressada na escada rolante daquela manhã no metrô de Washington, segurando a mão de seu filhinho de 3 anos. O menino aparece no vídeo virando a cabeça várias vezes, tentando olhar para o violinista, enquanto é puxado pela mãe. Queria parar um pouco para ouvir a música. Mas a mãe estava sem tempo.

Para saber mais
Livros:
O Luxo, Jean Castarède, Barcarolla
O Luxo Eterno,Gilles Lipovestky e Eliette Roux, Companhia das Letras
O Novo Luxo, Kathia Castilho e Nízia Villaça (orgs.), Anhembi Morumbi
A Felicidade Paradoxal Gilles Lipovestky, Companhia das Letras
Fonte: Revista Vida Simples

Análise_Assuma as Rédeas


Assuma as rédeas

A verdadeira disciplina está em perseguir objetivos e caminhos definidos por você mesmo. Mas sem se torturar e sempre reservando momentos para festejar
Disciplina? Credo! _eu, meu adversário_O futuro vira presente_Hora da farra
Imagine só se o caminhão de lixo deixar de passar na sua rua. Se os semáforos pararem na hora do rush. Se o amigo com quem você marcou hora não chegar nunca. Se a luz acabar e não voltar. Se a final do campeonato não tiver dia nem hora para acontecer. Se sua empresa não depositar o pagamento no dia 5. Tente imaginar tudo ao deus-dará, cada um por si, uma convivência que é pura incerteza.

Difícil a vida assim, né? Essa brincadeira ajuda a gente a perceber que a sociedade está lotada de rotinas e regras. E que elas fazem algum sentido. No fundo, facilitam a existência e permitem que as coisas funcionem melhor ou simplesmente funcionem. Está aí um bom começo para compreender também a importância da disciplina pessoal, essas rotinas e regrinhas que valem para cada um de nós e que devemos seguir.
Devemos?

Na verdade, a primeira reação das pessoas quando falamos de disciplina costuma ser torcer o nariz. Faz sentido. Mas é preciso perceber que a disciplina tem um lado bom e que nos ajuda a viver melhor. A questão é compreender a importância da disciplina verdadeira, aquela que é um compromisso com nós mesmos, e ter critérios para saber como incluí-la na sua vida na medida certa.

Um trem fora dos trilhos não vai a lugar nenhum. Os trilhos, portanto, são fundamentais para levar o trem adiante, até seu destino final. Só que a viagem é bem melhor se soubermos apreciar as paisagens pelo caminho. Pegou? Bom, vamos devagar com esse trem. Uma pequena reflexão disciplinada ajuda a compreender a coisa toda.

Disciplina? Credo!

A maior parte das pessoas enxerga a disciplina embaçada por uma camada de preconceitos. Desde a escola somos ensinados que ela é a parte ruim e chata das coisas. Para começar, cada assunto a ser estudado já leva o nome de quê? De disciplina. Sem falar no conteúdo (não me falem de matemática e geometria, que começo a dormir na mesa). Além disso, em lares mais durões, basta um filho sair da linha para alguém dizer que falta disciplina. Junte a essa pedagogia questionável o fato de que passamos por uma ditadura militar que, sob o pretexto de disciplinar o país, acabou oprimindo todo mundo. Faltou pouco para mudar o lema da bandeira para Disciplina e progresso.

Dá para perceber o que há de ruim nesses exemplos? Claro, em todos eles a disciplina vem de fora. Não foi a própria pessoa quem definiu o objetivo nem o caminho para alcançá-lo. As regras vieram impostas, estabelecidas por outras pessoas. Faz toda a diferença. Num certo sentido, essa disciplina imposta é até mais fácil. Basta ser obediente, afirma a jornalista Lia Diskin, uma das fundadoras da Associação Palas Athena. Mas ela alerta: ser capaz de receber e cumprir ordens não nos faz uma pessoa disciplinada, no sentido mais nobre da palavra. Ser disciplinado de verdade é nos comprometermos com nossas próprias escolhas, percebermos que as metas que fixamos exigem percorrer um caminho e ver sentido na própria caminhada.

Neste significado, mais autêntico, a disciplina é um instrumento de nossa evolução pessoal. Quando estipulamos uma meta pessoal e a cumprimos, ganhamos uma dose extra de confiança em nós mesmos, ganhamos musculatura interna, diz Lia Diskin. A disciplina tem efeitos extraordinários na construção do caráter. Pergunte aos grandes pianistas e eles vão concordar ninguém domina um instrumento tão complexo levando a vida na flauta.

Não é à toa que essa organização interior tem um lugar importante na sabedoria oriental. Chegou até o mundo do trabalho, como um dos mandamentos do modelo de administração chamado kaizen, baseado no aprimoramento contínuo e na disciplina de cada envolvido. Mas também está por trás de muitos ensinamentos e da própria forma de ensinar de alguns povos orientais.

Foi o que o faixa-preta Marcos Cavagnolli descobriu praticando o aikidô.Nessa arte marcial, durante os treinamentos, cada praticante se cumprimenta a cada golpe. De forma alguma esse é um gesto vazio. Diante de você está, a cada segundo, alguém que vai poder lhe ensinar algo e, mais do que tudo, caminhar com você para um aperfeiçoamento. Um dos preceitos do aikidô é o de que o praticante deve sempre concentrar a atenção em seu centro, o ponto onde estaria o seu equilíbrio. Se você se distrair e sair do seu centro, será levado pela força do seu adversário, disse Cavagnolli, enquanto rodopiava meu corpo no ar e me fazia rolar no tatame, durante nossa entrevista-treino.Faz sentido, comento, do chão, após um tombo. Na vida você também cai, caso se deixe levar, diz Marcos.

Faz mais sentido ainda. Nesse caso, a disciplina serve para que você esteja sempre atento a si mesmo e não se deixe levar por interesses diferentes dos seus. Disciplina é foco. É como uma bússola, que todo o tempo lembra aonde você quer chegar e evita que imprevistos ou interferências desviem você desse ponto. Como quem definiu esse norte foi você mesmo, essa disciplina interna é o contrário daquela que é imposta de fora.

Eu, meu adversário

Acontece que, no tatame da vida, às vezes a gente é nosso próprio adversário. Eu explico: não é raro resistirmos à disciplina, mesmo que os objetivos tenham sido definidos por nós mesmos. Não é preciso ir longe para dar exemplos nessa época de final de ano. É só lembrar das manjadas listinhas de afazeres e autopromessas de Ano Novo. Nascem daquele desejo mágico de melhorar a vida, evoluir. Tudo muito louvável, mas, lá pelo meio do ano, cadê a lista?

Bom, disciplina não deve ser confundida com autoflagelação.É preciso deixar de lado as expectativas altas demais, afirma a professora de filosofia Lúcia Benfatti. Temos de levar em conta a medida humana. Em outras palavras, não adianta prometer que vai malhar para ficar com corpo de modelo, que fará um regime digno de faquir ou que militará pelos pobres como o bem-aventurado Betinho. A idéia é pavimentar uma estrada que leve aonde você quiser, mas é preciso ter critérios na escolha do destino. O principal deles: respeitar a si mesmo.

Tem mais. Lúcia lembra que o foco não deve estar no resultado, mas no ser humano que o busca. Isso também é sabedoria oriental. A professora de história da arte Hideko Honma descobriu essa lição ao aprender a moldar cerâmica. Cansada de falar dos aspectos teóricos da arte, ela viajou ao Japão para transformar seu conhecimento em prática. Em Arita, no sul do país, foi trabalhar no ateliê do mestre Tokume. Logo na segunda semana, recebeu uma tarefa que parecia irrealizável: fazer mil peças iguais de cerâmica. Pior. Só poderia confeccioná-las no intervalo das tantas atividades que cumpria desde que ingressara na oficina era ela quem limpava os banheiros, varria o local, preparava o chá e o servia às visitas. Serviço no torno, só nos minutinhos extras. A missão parecia tão impossível que Hideko chorou várias vezes. Mas, devagar, conseguiu juntar as mil peças. Não cabia em si de felicidade.

Aí, o mestre Tokume veio ver as peças.Essa não, começou o professor. Hummm,essa também não.Ah, olhe só essa, claro que não.Com um olhar sem dó, classificou quase todas as peças como não-boas, próprias para reciclagem. Sobraram cem. A fase dois do aprendizado consistia em fazer um pé nas peças e voltar a apresentá-las ao mestre.No final, restaram cinco.

Hideko voltou ao Brasil sem saber se tinha aprendido algo de verdade. Obstinada, meses após a volta ela ainda se empenhava em repetir a mesma peça, com toda a perfeição possível. Foi quando se lembrou de uma das poucas conversas que teve com seu mestre: Ao aprender uma forma, aprenderás todas. Zás! Nesse momento, ela se sentiu pronta e começou a experimentar e fazer de tudo no torno. Toda a precisão que adquiri ao moldar a mesma peça, da mesma forma, com o mesmo empenho, me permitiu ter precisão para moldar, centímetro a centímetro, formas diferentes, relata a ceramista. Hideko percebeu que tinha valido a pena perseverar, fazer o que parecia um grande sacrifício em busca de uma meta que ela mesma tinha definido dar forma à cerâmica. Só no final ela se deu conta de que não foi o objetivo, mas a caminhada, que teve o maior valor para ela.

O futuro vira presente

A disciplina autêntica é assim: um compromisso com o futuro. Por isso, ela envolve uma dose de contenção, de abrir mão de prazeres imediatos em troca de uma conquista que é maior, mas que virá num prazo mais longo. Quando a gente se propõe a fazer uma dieta, por exemplo, tem de viver dezenas, centenas, milhares de momentos em que abre mão da satisfação imediata. É a tentação do bifinho, daquele quindinzinho ou de só mais um bombonzinho (na hora, a gente pensa em tudo no diminutivo). Nesse instante, é preciso lembrar que a empreitada em que nos engajamos irá dar prazer não agora, e sim no futuro, na hora em que a silhueta mais elegante aparecer ou tivermos evitado os riscos que as gordurinhas a mais implicam. Isso vale para outros bons comportamentos que a gente queira adotar ou maus hábitos que queiramos abandonar. É preciso sempre lembrar: o tempo passa e o futuro, um dia, vira presente.

O ator Pedro Paulo Rangel infelizmente está tendo que aprender essa lição a duras penas. Depois de levar por décadas um estilo de vida com alguns excessos, ele sofre com um problema pulmonar que de vez em quando lhe rouba a respiração e a voz.Com a capacidade respiratória prejudicada, ele criou um intervalo na peça Soppa de Letra, que está encenando, para descansar e conversar com o público. Pedro Paulo senta, explica sua história e deixa um alerta para as conseqüências de cada atitude na vida. Fiz 50 anos e resolvi ser esperto, driblar qualquer doença que pudesse ter pelos excessos que cometi. Parei de fumar, parei de beber,mudei meu cardápio e fui para a academia. Aí, fiquei doente, diz, em tom de brincadeira. Hoje ele gostaria de ter se cuidado melhor no passado. E adota a disciplina que considera que andou faltando. Continua vibrante, embora, às vezes,afônico. Cada espetáculo é uma celebração, um pequeno milagre da vida, após tanta dedicação, disse o ator,quando lhe perguntei sobre sua satisfação com a disciplina atual.

Exemplo oposto é o do mágico Célio Amino. Ele está se preparando para fazer seu primeiro documentário em filme. Daqui a 10 anos. Nos últimos dois anos ele freqüentou todo curso sobre o tema de que teve notícia.Agora faz um curso de roteiros aos sábados. A dedicação tem um bom motivo. Como prestidigitador, Célio é nota 10. Cara a cara com o público, materializa objetos na orelha da pessoa na primeira fila,faz pequenas coisas sumirem e chega a desaparecer, em espetáculos maiores, com automóveis inteiros. Mas, como cineasta, a coisa é diferente. Não tenho nenhuma habilidade para o cinema, embora seja um aficionado.

O mágico não gosta de usar a palavra disciplina: A vida não pode ser rígida, diz.Mas conhece bem o conceito. Trabalho pelos meus objetivos o tempo todo. Quando precisou evoluir em seu ofício de ilusionista, teve de estudar muito.Com técnicas de óptica e multimídia, passou a dar sumiço em coisas de mais de 3 metros, como os carros.As novas performances garantiram uma agenda cheia, com apresentações para centenas de pessoas,contratadas por montadoras de automóveis. Agora é a vez do cinema.Quando realizar a meta de fazer um documentário, será um momento muito especial, diz Célio. E aqui dentro ainda tenho outros sonhos. Esta talvez seja sua maior mágica: ver o futuro com antecedência e trabalhar para que se materialize.

Hora da farra

Até agora falamos sobre como a disciplina nos mantém nos trilhos. Mas há o outro lado da moeda. Ninguém vive no futuro.As regrinhas podem ser inimigas da criatividade. E viver também é se alegrar, celebrar, fazer farra. Uma vida só de disciplina pode virar um eterno ir, sem nunca chegar. E até ser menos produtiva. Einstein não disse que o sucesso do gênio é 90% de transpiração e 10% de inspiração? Costuma ser mais raro essa inspiração aparecer no meio de rotinas e regras rígidas demais.

É por isso mesmo que disciplina e celebração são, em grande medida, complementares. Você persegue uma meta a longo prazo, mas não deixa de curtir o dia-a-dia ou comemorar as pequenas vitórias. Você mantém seu norte sem fechar os olhos para as novidades do caminho. Para desenvolver nossas qualidades, temos de cultivar nosso jardim todos os dias, afirma a filósofa Lúcia Benfatti.Mas se a gente só se preocupar em adubar, regar, tosar e aplainar, não terá tempo para sentir o aroma das flores.

Quem já passou por uma gravidez sabe bem o que é isso. São nove meses em que é preciso evitar excessos, conviver com pequenos desconfortos e aprender a lidar com a ansiedade. No final, a explosão de alegria que é o nascimento mostra que toda a disciplina compensou.Tudo fica melhor ainda se, ao longo desse período, aprendermos a festejar as alegrias, digamos, parciais. Como fez a antropóloga recifense Júlia Morim. Para espalhar sua felicidade durante a gravidez, ela começou a mandar mensagens aos parentes e amigos com relatos escritos por sua filha Maria, ainda antes de ela nascer.

Hoje fui com minha mãe ao médico. Engordamos 2 quilos. Ele examinou os olhos de mamãe e depois me apertou um pouquinho. Está tudo bem. Mês que vem voltamos lá, aí ele vai pedir um ultra-som e vocês vão poder me ver aqui dentro (tá tão bom!), dizia uma das mensagens. Não sei por quê, mas quando percebi já estava digitando as impressões dela, conta Júlia. Cada mensagem era recebida com festa. Ficou todo mundo ainda mais próximo e feliz. Foi só um aquecimento para a grande celebração que foi o nascimento de Maria, cheia de saúde, em outubro.

Em matéria de celebração, nada melhor do que ouvir um especialista. O palhaço João Grandão confessa que quase vive comemorando sem parar, mas Márcio Ballas, o ator que dá vida ao personagem, não esconde que tem uma rotina disciplinada.Faz exercícios de interpretação regularmente, ensaia novos quadros, estuda o momento certo de finalizar cada palhaçada.

João Grandão já fez rir crianças de campos de refugiados no Cazaquistão e em Angola, como parte das ações da ONG Palhaços sem Fronteiras. Para isso, Ballas teve de conviver com a dor de ver gente que perdeu casa, família e até seu país e passar, ele mesmo, por situações de desconforto. Coloco o nariz de palhaço e muda minha percepção do mundo, relata Ballas-João Grandão. O exercício é estar muito presente,para interagir com tudo o que está ao redor. O olhar fica apurado. Da experiência de atuar, Ballas retém a sensação de que cada segundo conta. Cada momento é único, não volta. Com isso na cabeça, é impossível não fazer uma aliança com a vida.

O escritor mexicano Octávio Paz já disse que a celebração é o momento em que o tempo deixa de ser uma sucessão e volta a ser o que foi e é originalmente: um presente em que passado e futuro por fim se reconciliam. A idéia de conciliação tem tudo a ver com nosso assunto. Presente e futuro, dever e prazer, disciplina e celebração são ingredientes que ficam melhores quando bem combinados. Mas essa é uma receita individual. Cabe a cada um procurar o ponto ideal da mistura.

PARA SABER MAIS
LIVROS
Hagakure O Livro do Samurai, Yamamoto Tsunetomo, Conrad
A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen, Eugen Herrigel, Pensamento
Alegria, a Felicidade que Vem de Dentro, Osho, Cultrix

Fonte: Revista Vida Simples