terça-feira, 3 de novembro de 2009

Imprensa_Exemplo_Falar com

Quando Falar Com a Imprensa

Exemplo:

Uma grande empresa, decidiu fechar uma de suas fábricas. Conhecida por sempre “fugir” das solicitações da imprensa para se posicionar sobre assuntos relacionados ao seu negócio, a empresa enfrentou dificuldades para explicar seus motivos. Já havia uma predisposição no meio jornalístico para assumir que sua direção não se pronunciaria sobre o fato e que, se o fizesse, seria para tentar esconder alguma coisa e não para esclarecer.
Em função disso, toda a imprensa se empenhou em ouvir primeiro as outras partes envolvidas ou afetadas pelo fechamento da fábrica, deixando a direção da empresa por último. Fornecedores, clientes, Governo, entidades que a companhia estava ligada, empregados e concorrentes tiveram oportunidade de expor detalhadamente suas versões.
Quando chegou o momento de a empresa apresentar suas justificativas, seus executivos ficaram tão assustados com o nível de informação que os jornalistas apresentavam em suas solicitações de entrevistas, que decidiram não atender ninguém; emitiram uma nota oficial que explicava suas razões para fechar a fábrica, mas não respondia a um terço dos argumentos apresentados pelas outras versões.
Resultado: o espaço dedicado às outras partes foi significativamente maior do que o reservado para a versão da empresa, na matéria que pela primeira vez noticiou o fato. Todas as suítes publicadas na semana seguinte só enfocaram o desdobramento dos fatos envolvendo as outras partes, já que a direção da empresa se manteve irredutível na decisão de não falar nada além do que continha sua nota oficial.
Com isso, a empresa começou a ser bombardeada por perguntas de clientes, fornecedores, parceiros de negócios, representantes de governo, empregados, para saber o que realmente estava acontecendo. Principalmente, porque os noticiário publicavam era o oposto das explicações que a empresa já havia dado individualmente a cada um desses públicos. Portanto, o trabalho que teve para informá-los de que o fechamento de uma de suas fábricas não significava ruína, como muitos já aventavam, foi infinitamente maior e mais árduo do que teria sido responder às questões levantadas pela imprensa.
E o que é pior: neste caso, a companhia tinha informações que teriam respondido, pelo menos, a oitenta por cento dos argumentos apresentados pelos outros “personagens da notícia”. Seu pânico e desconhecimento de como lidar com os porta-vozes desses personagens – a imprensa – comprometeram sua imagem.

Fonte: “Como Virar Notícia” – Vera Dias

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